Reversão de laqueadura

É bastante comum que mulheres que passaram pela cirurgia de laqueadura (método contraceptivo definitivo) busquem a fertilidade, com desejo de ter filhos novamente por diferentes motivos pessoais. Para estas mulheres, as opções são cirurgia de reversão da laqueadura ou fertilização in vitro.

A laqueadura é um processo que evita gravidez de forma permanente (esterilização feminina) e que inclui várias técnicas para bloquear/interromper a permeabilidade das trompas uterinas, impedindo o contato do óvulo com os espermatozoides. Atualmente é feita mais comumente por videolaparoscopia.

Em alguns casos, é possível fazer a reversão da laqueadura para restaurar a capacidade reprodutiva da mulher. Os fatores que podem influenciar a taxa de sucesso da reanastomose tubária incluem a idade do paciente, a técnica utilizada e fatores individuais associados. Em outras mulheres, a fertilização in vitro pode ser uma melhor opção.

Como é feita a reversão de laqueadura?

Para esse procedimento ser bem indicado, a porção final das trompas (fímbrias) deve estar preservada, as tubas uterinas não podem estar doentes ou dilatadas e o comprimento tubário é outro fator importante na reversão bem-sucedida, e, preferencialmente, a mulher deve ter menos de 35 anos. A análise de outros fatores associados de infertilidade do casal também deve ser considerada. Assim, é possível realizar a cirurgia para religar as trompas e tentar recuperar a fertilidade da mulher.

A cirurgia acontece por laparoscopia, em que pequenas incisões são feitas no abdômen para a inserção de instrumentos e de uma microcâmera. O objetivo é reaproximar os segmentos tubários saudáveis ​​com a menor formação de aderências possível. A reversão da laqueadura tubária é conseguida abrindo as extremidades ocluídas dos segmentos proximal e distal e anastomosando-os com microssutura.

Outra técnica que pode ser utilizada é a minilaparotomia, também considerado pouco invasiva. É um método mais parecido com cirurgias abdominais convencionais para anastomose tubária microcirúrgica aberta.

Em alguns casos, só é possível reparar uma das tubas. Os riscos cirúrgicos para reversão da laqueadura são considerados pequenos em mulheres saudáveis e com recuperação rápida, embora requeira alguns cuidados, como todas as cirurgias. A patência tubária é confirmada com subsequente histerossalpingografia e normalmente a mulher consegue engravidar entre 6 e 12 meses depois do procedimento.

A taxa de gravidez ectópica (quando o embrião se implanta fora do útero) após o procedimento de reversão é de 2% a 10%, e em alguns casos a reversão pode não ser bem-sucedida.

Taxas de sucesso da reversão de laqueadura

Normalmente, o número de mulheres que consegue engravidar após a reversão de laqueadura é maior entre as pacientes mais jovens. As taxas de sucesso dessa cirurgia feita após os 40 anos caem consideravelmente.

Nos casos em que as chances da reversão ser bem-sucedida são pequenas, a cirurgia não é indicada, pois existem outras técnicas capazes de suprir o desejo de ter outro filho. A fertilização in vitro (FIV), por exemplo, é uma técnica de reprodução assistida que pode ser realizada em mulheres que passaram pela cirurgia de laqueadura e desejam novamente ter filhos.

Ao analisar as possibilidades de sucesso nos tratamentos, são observados, além da idade, fatores como:

  • Quantidade de filhos que a mulher deseja;
  • Tempo da realização da laqueadura;
  • Fertilidade anterior;
  • Reserva ovariana;
  • Outros problemas de infertilidade feminina e masculina que podem interferir no processo de reprodução.

A reserva ovariana deve ser avaliada, assim como a fertilidade do homem, para que ambos estejam saudáveis e prontos para o processo de reprodução.

Tratamento pela reprodução assistida

Para mulheres que não conseguem recuperar a sua fertilidade após a reversão de laqueadura ou não possuem indicação para o procedimento, existe a opção de tratamento pela reprodução assistida. Existem técnicas muito eficazes na medicina reprodutiva capazes de auxiliar casais com problemas de infertilidade.

A principal técnica indicada nesses casos é a fertilização in vitro (FIV), considerada de alta complexidade e muito eficiente na busca pela gravidez.

A FIV é indicada nesses casos porque a fecundação acontece em laboratório e o embrião formado é transferido diretamente para a cavidade uterina, sem precisar passar pelas trompas. Assim, mulheres com alterações nas tubas uterinas e rompimento nas trompas devido à laqueadura conseguem ainda engravidar.

As cinco etapas principais dessa técnica são:

  1. Estimulação ovariana: são prescritos medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento dos folículos e amadurecimento dos óvulos a fim de se obterem mais gametas para o processo de reprodução;
  2. Punção folicular e coleta dos espermatozoides: os óvulos obtidos na estimulação ovariana são aspirados e selecionados para a fecundação. Simultaneamente, os espermatozoides são coletados e selecionados;
  3. Fecundação: após a seleção dos melhores gametas, ocorre a fertilização em laboratório para que sejam formados os embriões;
  4. Cultivo dos embriões: depois de feita a fertilização, os embriões formados são cultivados em um meio de cultura apropriado até que se encontrem em condições para a transferência ao útero;
  5. Transferência embrionária: quando se encontram em momento ideal, os embriões são transferidos ao útero para que se fixem no endométrio e deem início à gestação.

Para verificar se a melhor opção para o seu caso é a reversão da laqueadura ou a fertilização in vitro, é necessário buscar ajuda médica e realizar uma investigação personalizada.

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